Brunazo na ABI: "Sistema eleitoral brasileiro é inauditável e inconfiável"
Fonte: Ascom/OM
“Enquanto as urnas eletrônicas em uso no país forem inseguras da forma que são, estaremos vivendo um simulacro de democracia o Brasil”, afirmou o presidente do instituto de estudos políticos do Partido Republicano do Rio de Janeiro, Fernando Peregrino, ao participar do debate que seguiu à palestra do engenheiro Amílcar Brunazo Filho, realizada nesta segunda-feira (25/2) na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) para integrantes do Modecon, entidade fundada por Barbosa Lima Sobrinho.
Fernando Peregrino, também engenheiro e ex-dirigente da Coppe da UFRJ, foi uma das cerca de 50 pessoas que acompanharam atentamente a palestra de Brunazo sobre as três gerações de equipamentos de votar a partir da 1ª urna eletrônica desenvolvida no mundo, na Holanda, em 1991, totalmente dependente de software e sem produzir uma contraprova que permita a recontagem de votos, como a urna brasileira é até hoje.
Brunazo explicou detalhadamente também o funcionamento das máquinas de 2ª geração, usada pela primeira vez em 2004 na Venezuela, que imprimem o voto e permitem a recontagem; explicando ainda na palestra o funcionamento das urnas eletrônicas de 3ª geração, desenvolvidas não só nos Estados Unidos como na Argentina, que além de imprimirem o voto – disponibilizam para conferência do eleitor, o registro digital do voto.
Na urna argentina, os dados da votação são gravados em um chip localizado no voto de papel, que é depositado na urna; findo o processo de votação, cada voto é colocado em um sensor, aparecendo o resultado na tela, para conferência dos fiscais partidários; só então é enviado para a totalização.
"Não acreditem no marketing, na propaganda, da justiça eleitoral brasileira: os
equipamentos que usamos no Brasil são ultrapassados e foram abandonados no mundo inteiro, porque são inseguros e totalmente dependentes de softwares – não permitem a recontagem dos votos, uma questão básica e fundamental”, afirmou Brunazo.
Além das características dos equipamentos de votar de cada geração, Brunazo fez uma comparação – quanto à confiabilidade do sistema – entre eles todos.
Ao final, no debate, tirou todas as dúvidas sobre o assunto através de perguntas encaminhadas pelo plenário, bastante diverso, que continha desde um juiz eleitoral, a um ex-candidato de Arraial do Cabo que relatou situação absurda ocorrida lá no último pleito, quando o candidato a prefeito apontado como mais forte nas pesquisas inexplicavelmente perdeu a eleição; e também pessoas como Fernando Peregrino, que cobrou da Polícia Federal e do Ministério Público Federal providências quando à denúncia formal feita em setembro do ano passado, depois do primeiro turno da eleição, de que votos foram desviados no Rio de Janeiro e, até agora, nenhuma providência foi tomada para se chegar aos responsáveis pelo fato.