Senado quer derrubar revisão de bancadas feita
pelo TSE
O Senado deve aprovar nesta quarta-feira, 23, uma proposta
que suspende a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que
redefiniu a distribuição das bancadas na Câmara. As cinco unidades da
federação que ganharam cadeiras no Parlamento - Amazonas (1), Santa
Catarina (1), Ceará (2), Minas Gerais (2) e Pará (4) - vão tentar adiar a
votação, mas a tendência é de apoio
aos oito Estados prejudicados com a medida. Se aprovado, o decreto
legislativo ainda vai passar pela Câmara, onde também há uma inclinação
pela aprovação e manutenção da atual divisão das cadeiras.
A resolução do TSE também reduziu em uma vaga
as bancadas de Alagoas, Espírito Santo, Pernambuco, Paraná, Rio de
Janeiro e Rio Grande do Sul. A Paraíba perdeu duas cadeiras.
A
corte eleitoral argumentou que a atual divisão de bancadas está baseada
na população dos Estados em 1998, mas deveriam ser usados dados do
último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2010.
A
proposta de decreto legislativo quer derrubar essa decisão do TSE e
está na pauta do plenário do Senado desde maio, quando foi aprovada pela
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em votação apertada.
Segundo alegam os contrários à mudança feita pelo tribunal, a legislação determina que o rearranjo de deputados ocorra via projeto
de lei complementar e não por uma resolução do TSE, como a aprovada em
abril. "São duas prerrogativas do Congresso que estão em jogo nesse
caso: a de legislar sobre a quantidade de deputados e a de não permitir
que os poderes avancem sobre os outros", destacou o líder do PT na Casa,
Wellington Dias (PI), cujo Estado perde dois assentos de deputados.
Esse
grupo de parlamentares também tentará, em outra frente, num ataque
direto ao Judiciário, fazer valer a prerrogativa constitucional de o
Congresso definir o número de deputados. Está na pauta da CCJ e pode ser
votado ainda hoje na comissão um projeto de lei complementar que trata
da redefinição das bancadas de deputados federais, estaduais e
distritais. Caso aprovada, a proposta muda a cara da Câmara já para a
próxima legislatura, com consequências semelhantes à da decisão do TSE.
Na
outra trincheira estão Pará, Minas, Ceará, Santa Catarina e Amazonas,
que foram beneficiados pelo recálculo determinado pelo tribunal. Eles
vão tentar impedir, por meio de uma manobra regimental, a votação.
Apresentarão um requerimento para devolver a matéria para as comissões
temáticas, adiando a apreciação do mérito.
"Essa recontagem (das
bancadas) deveria ser feita a cada legislatura. O que se precisa
compreender é que um Estado que, porventura, sofresse boom populacional,
poderia vir a ser beneficiado depois", diz o senador Flexa Ribeiro
(PSDB-PR), defensor da revisão do TSE. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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