PL deve pedir registro ao TSE em fevereiro e espera bancada de até 30 deputados
Antes mesmo da formalização da nova sigla, o presidente da Executiva do PL, Cleovan Siqueira, admite abertamente a intenção de unir o novo PL ao PSD, do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, numa movimentação que gerou preocupação no PMDB, maior partido da base da presidente Dilma Rousseff.
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Filiado ao PSD de Goiás, Siqueira se candidatou a deputado federal pelo partido na eleição do ano passado sem sucesso. Colega de Kassab no antigo PL, extinto em 2006 após a fusão com o Prona que deu origem ao PR, também tem relação com o ministro da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos, de quem foi coordenador da campanha presidencial na Região Centro-Oeste em 1989.
— Já temos uma relação de longa data. Se a reforma política acabar com a coligação proporcional, o nosso caminho natural será a fusão com o PSD. Se não acabar com a coligação proporcional, de repente a gente continua formando blocos parlamentares, mas como partido-irmão do PSD. Eu tenho recebido muita ajuda do PSD no Brasil, de vários Estados.
Siqueira garante que o partido já tem 400 mil assinaturas registradas em cartório para a criação do partido e espera terminar janeiro com as cerca de 500 mil assinaturas necessárias para formalizar a legenda.
Sem querer revelar nomes ou os partidos a que pertencem, ele assegura ainda que o partido nascerá com uma bancada de entre 20 e 30 deputados e que a sigla já tem "pelo menos três senadores já conversados, dois governadores, três prefeitos de capitais".
Se confirmadas as previsões de Siqueira e a posterior união com o PSD, a combinação entre as duas siglas pode gerar até a segunda maior bancada da Câmara, tirando o posto ocupado atualmente pelo PMDB, e se tornar a quarta maior no Senado.
Segundo resolução do TSE a criação de um novo partido é uma "justa causa" que permite a troca de partido por políticos com mandato. Ou seja, qualquer parlamentar pode se desfiliar de sua sigla para aderir a uma nova legenda sem correr o risco de ter seu mandato requisitado na Justiça Eleitoral pelo partido de origem.
Kassab, que tem experiência na formação de novos partidos, é apontado como o mentor por trás da refundação do PL e posterior fusão com seu PSD, partido que criou em 2011 e cuja formalização promoveu uma grande desidratação de sua antiga sigla, o DEM.
A formalização do PSD foi benéfica para o governo Dilma, que viu o esvaziamento do segundo maior partido de oposição e a criação de um partido governista que se tornou a terceira maior bancada da Câmara.
Uma repetição dessa movimentação, na avaliação do cientista político do Insper Carlos Melo, é uma tentativa do governo de "reorganizar a coalizão governista", esvaziando o PMDB e outros partidos aliados cuja obediência ao Palácio do Planalto é duvidosa.
— A Dilma não deu o Ministério das Cidades para o Kassab de graça, ela deu com uma missão muito clara. É um ministério grande, é um ministério com muitos recursos e o papel do Kassab é tentar, a partir do partido dele, reorganizar a coalizão governista.
Melo enxerga na estratégia também o objetivo de reduzir o número de interlocutores com os quais o governo tem de dialogar.
— Com o Kassab, você dar poder demais [a ele], mas você ainda tem barganhas a fazer com o Kassab. Com o PMDB, você já deu tudo que podia dar. A relação com o Kassab pode levar a um esgotamento, mas você ganharia tempo... teria a vantagem de começar um jogo do zero.
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