terça-feira, 15 de junho de 2010

No PMDB local há risco de intervenção do diretório nacional do partido (Pastora Simone Paim)

Lilian Tahan O PMDB do Distrito Federal tem cinco dias para resolver suas divergências internas e confirmar em convenção a aliança combinada e antecipada com o PT. Do contrário, a definição virá de cima para baixo, por meio de uma intervenção do diretório nacional da legenda na executiva regional. O partido está rachado. O presidente da sigla no DF, Tadeu Filippelli, se lançou como vice na chapa liderada por Agnelo Queiroz, do PT. A iniciativa foi referendada pelos caciques do partido, que contavam que a situação local estava equacionada. Mas o governador, Rogério Rosso, está disposto a brigar pela legenda. Defende que o partido deve lançar candidatura própria. Ele tem apoio de uma ala de partidários com voto na convenção.
A briga interna no partido é liderada por Rogério Rosso (E), de um lado, e Tadeu Filippelli, de outro
Se Filippelli e Rosso não se entenderem nas próximas 48 horas, a tendência é que o governador reúna os aliados e prepare o ambiente para lançar o próprio nome como alternativa na convenção deste sábado. Nesse caso, Rosso usará como argumento o fato de que sugeriu publicamente a candidatura de Filippelli para encabeçar uma chapa ao governo, mas, diante da junção com o PT, ficou sem opção.
Uma eventual decisão de Rosso em submeter o próprio nome ao governo obrigaria o partido a definir a situação no voto. Na hipótese de os convencionais confirmarem a chapa PMDB-PT, Rosso enfrentará um desgaste pessoal, sem muitos respingos no projeto de aliança entre os dois partidos. O problema é se o placar referendar a tese do governador peemedebista. Aí, a tendência é que a briga tome uma dimensão federal e a última palavra seja do diretório nacional.
Sem concessões
E o PMDB, a exemplo de como deverá proceder em Santa Catarina, não pretende fazer concessões nos estados. Na tarde de ontem, o comando do partido foi surpreendido com o revés do presidente da legenda em SC, Eduardo Pinho Moreira, que retirou sua pré-candidatura à sucessão estadual e avisou que apoiará o senador do DEM Raimundo Colombo, reforçando o palanque para o adversário de Dilma Rousseff, o candidato José Serra (PSDB).
No caso do DF, Rosso levanta a bandeira de um palanque alternativo para a escolhida de Lula, sob a justificativa de que o PT e o PMDB nunca se entenderam na capital da República. Mas há alguns dias, o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (SP), mostrou de que lado estava ao posar para a mesma foto em que Tadeu Filippelli e Agnelo Queiroz apertavam as mãos.
No início da noite de ontem, integrantes da executiva regional do PMDB se reuniram para conferir os nomes que serão lançados como candidatos. Há dois cenários. O mais provável, aquele em que o PMDB se coligará com um grupo de legendas, o número de concorrentes será de 24 para as vagas de deputados federais e 76 para as da Câmara Legislativa. Entre os nomes conferidos na reunião estavam, por exemplo, os de Pedro Passos, condenado por grilagem de terras, o de Benício Tavares, Rôney Nemer e Odilon Aires, todos citados nas investigações da Caixa de Pandora. Mas definitivamente não é essa circunstância que vai estragar os planos de união.
IDA AO BNDES
O governador Rogério Rosso (PMDB) foi ontem ao Rio de Janeiro conversar com o presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, sobre algumas obras do DF e um programa — ainda em elaboração — para geração de emprego para municípios do Entorno. Além disso, o governador conversou sobre os recursos destinados às obras da Copa do Mundo de 2014 e sobre a possibilidade da captação de financiamento para as obras do Centro Administrativo, em Taguatinga, e a ampliação do metrô.
Memória
De cima para baixo
Se o diretório nacional do PMDB intervir no DF, vai repetir iniciativa tomada nas eleições de 2006. À época, o partido ficou rachado entre o grupo que queria embarcar na candidatura de Arruda e o que defendia apoio a Maria de Lourdes Abadia. Tadeu Filippelli já presidia a sigla e costurou, com a executiva nacional, a intervenção, que referendou a coligação com o PSDB de Abadia. Após a eleição de Arruda, vários peemedebistas ocuparam postos no GDF e Filippelli se aliou em 2009 ao então governador. A ruptura entre os dois partidos ocorreu por conta da crise da Caixa de Pandora. (LT)

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